O trote estudantil está proibido em Barretos. A Lei 4.358, de 10 de junho de 2010, proíbe o trote estudantil e disciplina a recepção dos novos alunos nas instituições de ensino superior do município. A Lei prevê punições tanto para o aluno quanto para a instituição. O Regimento da Faculdade Barretos já prevê punição para casos de desrespeito a qualquer pessoa ou dano material. Por meio de um processo administrativo poderá haver uma simples repreensão verbal, passando pela advertência escrita, depois suspensão e, por fim, expulsão.
Este rito de passagem, que remonta o século XVII, é tradicional nas primeiras semanas de aulas. O que era para ser um momento de felicidade e integração, extrapolou os limites do bom senso e da dignidade humana e está causando fortes consequências psicológicas e físicas, levando, no limite, até a morte. Vemos todos os anos na mídia casos de abusos e violência contra calouros, com raras punições por parte das instituições educacionais e dos órgãos competentes.
Percebemos que a sociedade inteira está mobilizada contra o trote estudantil. Em 2009, por exemplo, recebemos ofício do Ministério Público Federal/Procuradoria Regional da República com recomendação sobre o trote estudantil, e solicitando ações concretas para coibi-lo. Nossa resposta às autoridades e à sociedade vem desde a abertura das primeiras turmas da Faculdade Barretos, em 2006. Certos do papel social que nos compete, a Faculdade Barretos criou o Núcleo de Responsabilidade Social que tem por objetivo elaborar e executar projetos sociais, além de facilitar a articulação com a comunidade. No lugar do trote estudantil, implementamos o Trote Solidário.
O Trote Solidário tem por objetivo sensibilizar todos os alunos da Faculdade Barretos para a importância de uma vida calcada na ética e na responsabilidade social, características fundamentais para a formação do indivíduo. Além disso, o Trote Solidário visa à integração de todos os alunos dos cursos de Administração, Direito, Enfermagem, História e Sistemas de Informação, por meio de atividades que possam despertar a consciência social, a solidariedade e o respeito.
No início de cada ano letivo, convocamos uma reunião com coordenadores, funcionários e representantes dos alunos, a fim de criar estratégias para recepcionar os calouros de maneira gentil e cordial, apresentando-lhes a instituição e dispondo-se a ajudá-los no que for preciso. A partir de 2011 esse grupo comporá a Comissão de Recepção dos Alunos (CRA), já atendendo o que diz o art. 2 da referida lei municipal.
Sempre na primeira semana de aula, a Faculdade Barretos organiza a Semana do Acolhimento, que tem por objetivo promover uma série de atividades de integração dos alunos (calouros e veteranos), a saber: apresentação detalhada da matriz curricular de cada curso, bem como sua estrutura e características; visita dirigida às dependências da instituição; capacitação para o uso de software institucional; treinamento na Biblioteca; apresentação e discussão do Manual do Aluno, que explica todos os procedimentos da secretaria, tesouraria e outros setores; oficinas temáticas, palestras e debates sobre o perfil do profissional exigido pelo mercado de trabalho; promoção de ações sociais por meio do Trote Solidário. A referida lei também trata da recepção dos alunos.
Desde 2007 realizamos as seguintes ações sociais: Arrecadação de alimentos não perecíveis, brinquedos, livros e roupas, além de doação de sangue e cadastro de medula óssea. Todos os produtos arrecadados foram doados para instituições sociais conveniadas com o núcleo. A ideia é despertar no aluno a criatividade, o trabalho em equipe, a flexibilidade, o compromisso, a responsabilidade, enfim, atitudes comportamentais valorizadas pelo mercado de trabalho. Na verdade, o Trote Solidário é a iniciação do calouro em projetos sociais que serão desenvolvidos durante toda sua vida acadêmica, seja por meio das disciplinas ou atividades extracurriculares, seja por meio do Núcleo de Responsabilidade Social.
O relato dos alunos é de uma recepção educada e simpática, o que, certamente, reforça o respeito às leis e aos bons modos, interiorizados no momento em que esse calouro se torna veterano. Estamos conseguindo vencer a luta contra o trote de caráter violento, amparados na conscientização, na educação e nas ações sociais. Por sermos ainda uma instituição jovem, não deixamos a cultura do trote violento nascer, pois conseguimos implantar o Trote Solidário e a Semana do Acolhimento, que estão sendo muito bem organizados e já estão apresentando bons resultados, tanto para a instituição, como para a comunidade, mas, principalmente, para os alunos.
Entendemos que o Trote Solidário é muito importante para promover a consciência social do aluno, pois permite uma maior socialização, tornando a nossa faculdade em um ambiente de reflexão e de harmonia.
A lei municipal contra o trote estudantil vem, com efeito, legitimar ações que a Faculdade Barretos já desenvolve há anos, pois corrobora com nossos ideais de educação, que devem pautar-se no respeito às leis e à dignidade humana.
Fonte: Faculdade Barretos
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